28 de novembro de 2008

Vão.

Eu queria tanto entender.

Eu queria tanto entender o que a vida é de uma vez por todas...

Sim... pra ter segurança, sim.

Porque no momento o que eu quero é ter todas as respostas de todas as minhas possibilidades de destino.

E eu tão cansada.

Hoje de tarde, eu vi um scrap de um amigo meu, que não falava há tempos.
Nós dois, irônicos... Houve uma negligência, um torcer de narizes e ficamos sem nos falar.

Mas no scrap que ele me respondeu...

Eu senti saudade do que eu era. Porque pelo menos... eu tinha a ilusão de que eu sabia o que eu era. Eu tinha sonhos sim. Mas eles eram só sonhos. Não levavam ainda o esforço que a realidade requer.

Eu senti saudade de admitir que ele faz falta no meu msn. E eu senti saudade de não ser dura. De admitir que eu fiquei triste com a negligencia e que... eu sinto falta.
E que saiu uma matéria na revista dessa semana, e eu lembrei dele.

Às vezes, eu acho que não sei mais ser amiga de alguém.
Às vezes, eu acho que não sei mais ser alguém.

Esses dias atrás, eu escrevi uma carta pra uma professora que permitiu que eu assistisse suas aulas de filosofia.
Eu escrevi lá que tinha ficado impressionada, incomodada e triste por perceber que um outro amigo meu tinha, nele próprio, nos poros, no discurso, a desistência dos seus sonhos. E fiquei feliz por ainda levar comigo, os meus. Mesmo tendo passado por tantos sofreres, eu ainda levava comigo, os meus.

Mas é que hoje... Hoje eu já não sei mais.
Hoje eu pensei que esse meu amigo, foi só mais rápido que eu.

Eu lembrei de uma sessão, quando eu ainda fazia terapia. Meu ex-terapeuta estava um pouco triste enquanto dizia que quando se é adulto, se percebe que alguns sonhos, bastante significativos, serão sempre sonhos. E fica aquela dor. Aquele vazio de dor.

Eu pensei que com os meus 20 anos, já estava na hora de eu olhar pros meus sonhos e classificá-los como Sonhos.
É que eu nunca tive muitos... eles, desde que eu me entendo por gente, sempre foram os mesmos e... E eu pensava ser possível.
E ainda acho que eles são.

Mas é que me dói, não saber se eu quero os meus sonhos.

Me dói não saber se eu quero o esforço que a realidade requer, pra que eles não sejam mais sonhos.

Eu tentei. E eu estou tentando fazer com que não sejam apenas sonhos. Sim! Eu tento, sim. Mas acontece que eu não quero mais sofrer.

E se...
[E é com muita dor e lágrimas que eu digo isso...]
E se for necessário sofrer mais, pra que eu aprenda coisas e assim, atingir meus sonhos...
Eu não sei se opto por concretizá-los.

Se for necessário todas as minhas forças, TODAS... Eu não sei se quero mais.
Eu quero guardar um pouquinho de forças pra mim.

Pra que eu não venha mais aqui e escreva um texto que tenha frases do tipo: “Às vezes, eu acho que não sei mais ser alguém”. Pra isso... eu preciso de pelo menos um pouquinho, só um pouquinho que for.... de força minha, só pra mim. Não pra eles.

Eu fui até onde eu pude.... e ainda assim, me fica a sensação de não ser suficiente.Mas, infelizmente... é o meu tudo. É o tudo que eu tenho.

Eu não queria ficar. Não queria desperdiçar mais essa chance que a vida me deu, mas...
"Pensamento mágico não existe."

E assim, talvez eu esteja deixando os meus sonhos irem embora. Não num sentido de poucos esforços pra segurá-los, porque eu me esforcei. Muito. Talvez, até, pela primeira vez na minha vida eu tenha me empenhado tanto por uma coisa.

Mas talvez... eu esteja dando permissão aos meus sonhos, de irem embora. [e.. Meu Deus... e é com tanta dor que digo isso!]

E eu sei o que certos momentos dizem, o que a numerologia diz, o que minha mãe diz, o que minha prima e minhas amigas dizem, mas...

Mas é que hoje, eu queria saber o que Deus diz.

22 de novembro de 2008

Turvação

ás vezes eu quero gritar...
mas continuo nesse caos que eu mesma crio. Um caos de nada.

ás vezes é como eu não soubesse mais ser eu.

Eu me perco e nem sei mais quem eu sou.

...e o meu superego rígido... e as minhas cobranças filhas da puta alimentam o meu 'caos de nada'.

e fica essa coisa calma que sutilmente fervilha por dentro.

e fica essa coisa turva, esse sono.

ás vezes, é como se eu não soubesse mais viver.

11 de novembro de 2008

atim

Talvez minhas mudanças... [aquelas que são pequenas, sultis, mas que tem um incrível potencial transformador.]



Talvez minhas mudanças sempre venham coroadas de um resfriado.



Ah-tchim!

2 de novembro de 2008

Semente

Eu queria a sensação de não estar sozinha, mesmo estando só. Eu queria a sensação daquela quase-certeza de que alguém me sente no coração.
Hoje de manhã, eu pensei isso... Na minha solidão... Mas não chorei por ela.
Hoje não. Pensei que talvez... Talvez eu tenha me acostumado a ela. O que seria muito triste.Pensei também que... Que dentro de uma concepção de Destino pré-determinado... Talvez a minha determinação seja essa: eu ser realmente uma Tulipa.
E nesse caso... eu precisaria me acostumar. E esse pensamento me foi mais triste... Por ele eu chorei.
Como se na minha vida, eu já tivesse tido experiências suficientes que me provaram que eu serei uma pessoa sozinha. Assim, eu pararia de lutar contra isso. Como se estivesse bem diante do meu nariz e eu não quisesse ver. Porque eu, em 20 anos, já tive indícios bastante fortes de que... é isso que vai acontecer. Então.. pra que ir contra? Pra que esperar que pessoas queridas entrem pela porta de um teatro? Ou que o amor me entre pelo peito? Pra que fazer esforços pra pensar diferente? Pra mudar meus pensamentos e acreditar no oposto... Se quando eu penso na possibilidade de ser uma tulipa, isso.. me vem com imensa força um cinza neutro.

Ás vezes eu penso que as verdades são cinzas neutros e macios.
A verdade perturba porque ela é calma.


Dizem por aí que "Cada um colhe o que planta..."
Eu não sei se minhas sementes são podres ou se tem muita chuva no meu céu.

E o mais difícil pra mim é admitir que eu realmente pensava que tinha boas sementes. E que o Sol viria...
O mais difícil é pensar que eu acreditava que eu, nos meus 20 anos, tinha feito meu coração antes tão des-semeado, florescer. É que eu acreditava nissso.

Eu acho que, na verdade, o mais difícil... É que eu não consigo deixar essa crença ir embora...