21 de março de 2010

na garganta

A verdade é que eu estou esperando por uma inauguração.
Eu estou esperando alguma coisa que faça com que eu me inaugure de novo. Que eu me pós-inaugure em alguma parte de mim que foi inaugurada algumas vezes, mas que eu cobri.
Como se cobre um piano velho, num canto de sala, por não saber tocar.

Eu espero a re-estréia de mim.

Tô cansada de ter medo. Tô cansada desse aperto na garganta que parece não querer me abandonar. Tô cansada de esconder de mim que eu sinto uma puta saudade daquilo que eu resolvi chamar de amor.

Estou esperando o momento, no qual eu, cansada de tanto me ser, vou me render à mim.
E aí - porque é isso que fatalmente ocorre nesses momentos - me tornar o meu porvir.

E sorrir.