18 de maio de 2008

Das lembranças que não tenho...

"Meu amor...
O que você faria se só restasse esse dia?

Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria."



E foi respondendo a um scrap de um amigo que eu percebi que faz tempo que não me sinto querida. Foi assim que me deparei com a minha carência que há um tempo eu venho tentando esconder de mim mesma. Eu tenho uma forte tendência a achar que o problema das coisas sou eu. Que o meu problema sou eu. Assim, eu, "logicamente" e normalmente tento encontrar as minhas respostas, sozinha. Não é o caminho mais fácil. Mas... Quem foi que disse que um dia eu fui, de fato, inteligente?

Eu sinto falta de ouvir a palavra saudade carregada de sinceridade. E sinto falta de falar a palavra saudade carregada de sinceridade. Eu sinto falta de abraços quentes de pessoas que eu gosto. Eu sinto falta de sentir que os abraços que eu recebo são quentes.

Hoje, uma amiga me ligou. E depois que eu desliguei eu me senti feliz. Eu olhei pela janela e vi que o dia estava bonito. Foi como se a vida tivesse me atingido de novo. E por momentos eu apenas deixei.

Faz um tempo, eu venho me lembrando da vida que nunca tive.

Às vezes eu incorporo a vida e os meus sonhos de forma difícil. E as imagens são tão claras que até me dói o coração, denotativamente falando. O peito fica pesado e é como se eu fizesse força pra respirar.

Eu sinto tanta falta de me sentir parte de alguma coisa. Eu sinto tanta falta de me sentir parte de mim.

E essa parte de mim que morre, que me deixa um réquiem de uma quase tristeza....

Esses dias eu tornei a ler Clarice e encontrei certa coragem em mim. É necessário coragem para deixar. É necessária muita coragem para deixar-se.
A permissão é uma arte.

Lendo, eu pensei que talvez eu esteja, pouco a pouco, pelo menos tentando ter essa coragem. Essa coragem de deixar que o que eu venho sentindo durante esses dias quase ininterruptos, tome uma forma própria, e não uma forma que eu desejo. Na verdade, eu acho até que já adquiri certa coragem de não desejar impor uma forma a esses sentimentos. E não foi fácil.

Às vezes, a vida que eu nunca tive me vem suave. Como uma brisa com odores quentes e cores aconchegantes.
E tudo parece... Suspiros.

E até a simples ação de piscar, se torna um ato bonito.


"Meu amor...
O que você faria se só restasse esse dia?
Se o mundo fosse acabar, me diz o que você faria."


2 comentários:

Beatriz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Beatriz disse...

A-D-O-R-O-! Seus posts, me identifico tanto com algumas coisas, e sempre no final deles, há uma solução, há um questão que me faz refletir e me encontrar. E isso é tão bom *-*
Parabéns pelos belos textos!
Beeijão e bom feriado :)