8 de setembro de 2011

Pastor

Hoje eu olhei pro céu como quem pede aquilo que já é fatal.

É preciso entender que o que eu calo fora, grito por dentro.
E que voz dentro é gelo quente derretendo dos olhos.
É dor no peito que faz os ombros subirem.

Chorei como quem clama. Como um pastor exageradamente evangélicono no ápse da sua pregação, eu invoquei a presença do indizível em mim.

Vem indizível!
Se abate sobre mim com violência!

Me imola
Me decepa a cabeça
Me queima a ferro
Me eu.

Porque o segredo de Ifigênia é esse: não morrer.


Hoje eu olhei pro céu como quem pede aquilo que já é fatal.

2 comentários:

Meggie disse...

Hm. Entendi. Entendo. Eu sei.

Talita Contipelli disse...

O que eu faço com essa sua capacidade de escrever os meus sentimentos?

Te amo!