Às vezes se roubava de si - e roubava no sentido mais criminoso da palavra e da ato - às vezes se roubava de si e se escondia em local tão bem escondido, sendo necessário que outro lhe desse a mão para que recordasse que existia em si uma mão.
Cabelos e coração.
Calma, disse.
Assimilou e suspirou como se ninguém visse.
Entendia melhor o mundo depois de uma xícara de café.
Sentir que a vida alta - como aquelas que são vividas nos cumes - sentir que a vida alta pode caber no exato dentro do ser humano, era no mínimo, informação de mais. Experiência.
Digestão.
Depois vomitar. Depois digerir. Depois esquecer. Fatal e naturalmente esquecer. Depois precisar. Depois lembrar da memória do próprio futuro. Depois... Digestão.
Digestão é escolha responsável.
Nos momentos de lucidez, o fato de que é um colossal desperdício não ter o corpo recheado de afetos é uma simples e bela e neutra e intensa obviedade. Uma constatação real de mais. Absurda e poeticamente lógica. Artística.
Descobriu o sabor da auto-revelação: gosto vivo.
Uma vez eu li que para a evolução eram necessárias duas coisas: coragem e um bom espelho.
Com gosto de Paulista no corpo, estendeu para si a própria mão.
5 comentários:
eu também te amo.
Obrigado por me encontrar.
Estender as mãos para nós mesmas é sempre uma ótima maneira de transmutar para o que gostariamos. Fico muito feliz Babi! Estou com saudades!
fiquei preocupada...nao sei o porquê...[?].
nesse ultimo mês, li a paixão segundo G.H. só pq vc disse q gostava! Saudades da Clarice mais perto q eu tinha na terra!
Principalmente, um bom espelho. E alma disposta.
evolução sempre boa, doce e intensa.
ps: eu adorei o gosto de Paulista no corpo *-*
Ah, a memória do nosso próprio futuro... lembrar-se do que poderia ter sido e não foi. É mesmo um colossal e quase nostálgico desperdício. Tão colossal que a responsável digestão às vezes não consegue bem dar conta...
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