30 de novembro de 2009

Saco (!)

Fingi que aquele "muito" que ele me lançou em palavras, não me afetou.
Fingi que não pensei nele em vários momentos do meu dia.
Fingi que não pensei nele enquanto jantava, ouvindo Jazz.
Fingi que não me imaginei com ele andando à noite, na beira da praia, e rindo dos nossos sotaques.
Fingi que ele não pegava minha mão de repente e me cantava baixinho ao pé do ouvido, Conversa de Botas Batidas.
Fingi que ele não me tirava pra dançar ali mesmo, na areia molhada da chuva.
Fingi que não sentia o meu corpo inteiro sorrir, ao ver as gotas de chuva escorrerem por sua clavícula direita, que aquela blusa quase deixava revelar.
Fingi que não imaginei seu rosto tão perto do meu, de forma que eu sentisse o aroma quente da boca dele, quando ele sorria.

Fingi que escrevi esse texto...
Fingi que postei.


[Às vezes é um saco(!) me achar uma completa tola, por querer fazer das ilusões, poesia.]

4 comentários:

Talita disse...

Transformar as ilusões em poesia é um meio de as transformarem em algo maior que ilusões. Mas nenhuma poesia é mais bela do que a tentativa de construir algo concreto.

*Quero entender melhor esse texto!
Beijoss!

Patty disse...

vc é tudo menos tola nena!

e vc sabe melhor que ninguém que é impossível enganar os devaneios...mas sabe também que é um passo enorme admiti-los!

beijos

.mila alves. disse...

Te entendo ... e não finjo.


sobra saudade.

Tamyshg disse...

sem palavras... lindo na sua angustia...

bjo