6 de fevereiro de 2009

Meio

Esses dias, eu...

Eu nem sei.
Existe um certo silêncio morno, uma ausência de alguma coisa que... que não é ausência... É exatamente a presença, mas... Ela é tão calada que às vezes... Me some.

Esses dias, eu não estou conseguindo me explicar.
Aos poucos adquiro a coragem necessária ao 'não -tentar'. Às vezes consigo... Às vezes não.

Voltei a ler Clarice. O meu mesmo livro. O meu mesmo Eu. Pode ser o limite da heresia, mas... às vezes eu penso que Clarice é minha auto-ajuda.

Ultimamente... Meu coração anda pesado. É quase uma dor fina.
É como se eu andasse sempre com uma interrogação no rosto, mas... Mas andasse sempre pra frente.

Eu penso em como escrever alguma coisa aqui que não seja cópia do que a Clarice versa no 'meu' livro, mas...
Não acho que exista.

É como se eu estivesse dentro do (m)ar. E por estar dentro, não consigo vê-lo inteiro. Não consigo dar uma forma conhecida a mim mesma, daqui de onde estou. Sei que acordo de manhã e faço coisas. Coisas que um dia eu sempre sonhei fazer.
Mas é que quando os começos dos sonhos, mesmo dos pequenos, estendem sua ponta de realidade.... Eu sinto medo.

Eu sinto medo de estar no meio... do sonho(?). Ser o meio de mim, ainda me assusta um pouco.

Eu, de acordo com minhas teorias psicológicas baratas, sei que é medo do novo, o top dos chichês.
[Mas dos clichês, eu só entendo os meus]

Não quero colocar aqui que eu estou "naquela fase que..." e completar com alguma idiotice generalista, pra fazer com que eu entenda o que escrevo.

Hoje, eu não quero entender o que eu escrevo.
Só quero escrever.
Sem porquê, sem sentido. Mas é inevitável eu me lembrar de Clarice nessa hora e dizer que a ausência do sentido é o próprio sentido.

Eu mais ou menos sei, que tenho um propósito. Mas, quando eu penso sobre ele, ele some. Eu tenho um propósito, mas não tenho a justificativa do meu propósito.

Eu vivo coisas e não sei bem porquê. E hoje, eu vou ter a coragem de não tentar descobrir.

4 comentários:

gtmtiago disse...

Preciso ler Clarice para ter um maior entendimento do seu "eu".

Vaquinho.

.mila alves. disse...

Sabia que viver, de fato, é mais ou menos parecido com isso?!
Não reconhecer-se nas coisas de vez em quando, faz sentido ... lá no fundo.

Jacqueline disse...

Jacqueline

oi preciso tbem ler clarice, vc me inspira.
Mais tenho que te dizer algo muitas das vezes nao sei se é seu caso mais o unico que resolve tudo isso é meu amigao, sabe ele é o amigo do peito, ele nao me desanpara, ele me ouve quando eu choro sem até mesmo saber porque ele me conforta, em todo tempo que estende a mao..ele é "JESUS" só ele tem respostas pra gente, minha vida é muito parecida com a sua eu falo de sentimentos, intao foi ele que resolveu tudo pra mim..sabe virei amiga intima dele...quando eu fico distante dele, eu sinto esse vasio uma coisa ruim, eu fico confuza...mais intao ele é a soluçao de problemas...sabegostaria de te conhecer melhor poder até converçar com vc..

Talita Contipelli disse...

Momento filosofia de rodoviária:
Sem o medo não há conquistas.
É o medo que nos fortalece.