21 de setembro de 2008

Muito


Esses dias... eu andei pensando...


Eu nunca fiz questão de ser a primeira nas coisas. Aliás.. eu sempre gostei dos segundos lugares, dos vice, das segundas vezes...


Eu, no alto da minha pretensão, sempre quis ser muito.
Ser muito bonita, muito inteligente, muito agradável, muito engraçada...
E eu sempre me achei tudo aquilo que se pudesse considerar contrário do "muito".

Na verdade... acho que há alguns tempos, que eu larguei o sempre.

Mas por um looongo período eu sempre quis ser o "muito".

Talvez por isso tenha me doído tanto, tanto quando eu descobri que a vida é neutra. Que o que é neutro é esmagador perto do pobre "muito".
Talvez por isso, ler Clarice Lispector me rasgue por dentro.
Mas eu aprendi. Com muitas conversas, leituras, analogias e metáforas não científicas e... e com lágrimas que eu aprendi que o neutro é o que é. Ele é o que existe. E que às vezes... ele se veste de pouco e às vezes.. se veste de muito. Mas é sempre neutro.

E essa foi uma das minhas mudanças. Daquelas mudanças que não tem mais volta. Daquelas mudanças pelas quais a gente chora em noites de lembranças e existencialismo. Daquelas que a lágrima deságua num sorriso, mas que também dói. Daquelas que são imensamente carregadas de vida... e por isso... são neutras. Só que o que é neutro... tem força imensa.

O que é neutro, tem a força de suspiros.


Dias atrás.... eu entrei, senti um arrepio, me senti segura, me senti abraçada. Continuei. E eu tinha luz.
Eu falei, eu ouvi, eu errei, eu caí, levantei e segui. Continuei.
Eu fui aplaudida e também aplaudi.
Eu fiz rir e também chorei.


Dias atrás... durante algumas horas... Eu fui muito.

Fui neutro disfarçado de muito.

Um comentário:

Alberto Pereira Jr. disse...

Babu!
vc é muito.. e somos todos nós.. para algumas ou várias pessoas.. e somos para nós tb. sem soberba e sem maldade.. isso já basta

:)

eu te aplaudi! e aplaudirei muitas outras vezes!!!