28 de abril de 2008

E foi assim que eu resolvi fazer um Blog.

É.
Fiz.
Há tempos eu pensava em fazer um Blog... Pra colocar as coisas (que às vezes eu mesma intitulo de 'bobagens') que eu escrevo. Eu já tinha um fotolog pra isso. Eu sei.
Mas depois de ver a última postagem da
Milili, acho que fiquei com mais vontade. E aproveito pra dizer sobre a lição de casa que me foi requerida: 'Acho até que você já sabe boa parte da lista, querida. Mas a tarefa de te contar eu vou deixar pra outra ocasião, está bem?!'
Então... Agora tenho os dois: o Torna-te e o Seja-se. Como o leitor pode perceber, eu me afeiçôo bastante a uma ênclise.
Ainda não sei se vou repetir o mesmo post nos dois, se vou colocar alguns posts do 'Torna-te' aqui, se vou alternar posts ou se vou parar por um tempo com um deles. Isso ainda está em fase de análise.
Por enquanto... O post de hoje é aqui.




Eu fiquei chateada quando eles me deixaram sozinha na festa... e simplesmente sumiram. É. Eu fiquei triste sim. Mas foi uma tristeza diferente. Como se fosse tristeza que não se sente. Era uma tristeza fria, gélida. Depois daquilo... eles foram viajar e não me chamaram. Eu sei que eu não iria de qualquer jeito, mas a ausência do convite trouxe de novo a mesma tristeza gélida. Uma tristeza vazia.

Ás vezes eu acho que todo mundo se dá bem na vida, menos eu. E eu sei que essa frase é uma grande injustiça. Saber, eu sei.

Hoje o dia tá tão bonito! Por que é que eu não saio? Por que é que eu fico aqui fazendo com que cada um dos meus planos (ou sonhos) não dêem certo? Por que é que eu fico esperando minha mãe trazer o carro, a a roupa estar lavada, a vontade aparecer, a tristeza ir embora... Essa anestesia passar...
O pior é que eu tô tentando. Eu tô tentando desesperadamente fazer com que ela passe, mas...
Mas ela tem ganhado de mim todas as vezes.
Eu sei que parece contraditório, porque eu sempre fui uma defensora de "Não corra do seu sofrimento". É verdade. Eu continuo achando isso. Continuo tendo a opinião que de sofrimento, a gente não foge. Sofrimento a gente sente. E depois tenta elaborar pra conseguir ser alguém novo depois dele.


Eu já tive fases de anestesia antes. Mas é que...
É que essa tá demorando tanto... E eu tô com tanto medo!


...

Tô com medo de ficar gélida como a minha tristeza. Tô com medo se sentir nada por tudo.
E o mais triste que a minha tristeza e o meu saber sobre o que é ter medo. Aquilo de que a gente tem medo, já tá acontecendo. A gente tem medo que aconteça - se pressupõem um futuro - mas o 'aquilo' já existe. Se você tem medo de ficar sozinho, você já está sozinho. Se você tem medo de não consguir alguma coisa, a sua condição real é que você já está sem essa coisa.

Eu tô ficando tão dura.

Eu não pensei que toda aquela situação, antes e depois da viagem, da festa e da não-viagem tinham me... afetado... tanto. Eu acho que depois daquele dia, eu, emocionalmente decidi que eles não me machucariam mais. E nem eu a mim mesma. Só que a única forma que eu encontrei de fazer isso foi assim: Criando esse abismo entre eles e eu, e entre eu e mim.

Eu tô tão presa! Eu ando pelas ruas me defendendo de qualquer tipo de olhar, de bom-dia, de sorrisos. Eu perdi o senso do perigo, da educação. Eu perdi o senso da alegria. Eu tô tão presa!
Eu estou tentando, também desesperadamente, achar o caminho de volta. Mas eu bem sei que o caminho de volta não existe.
A vida é um caminho sem volta... e eu tô tão perdida!


E assim termina meu primeiro post: em mais uma das minhas tentativas de salvação.